Economia
IAE-Findes: Economia capixaba cresce 4,7% de janeiro a setembro de 2023
A economia capixaba vem crescendo ao longo de 2023. Nos três primeiros trimestres do ano, ou seja, de janeiro a setembro, a atividade econômica do Espírito Santo teve alta de 4,7%, se comparada ao mesmo período de 2022. Indústrias, serviços e comércio foram as responsáveis pelo bom resultado.
Os dados fazem parte do Indicador de Atividade Econômica (IAE) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), calculado pelo Observatório da Indústria. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (21/12), em coletiva de imprensa, na sede da entidade, em Vitória.
A presidente da Findes, Cris Samorini, comemorou o bom desempenho da economia capixaba ao longo de 2023. “O Espírito Santo vem cada vez mais se consolidando como uma referência para o país e os números mostram isso. Nossa economia vem crescendo de forma sustentada. Nos tornamos atrativos para empresas de outros estados e até mesmo de outros países por nosso empenho em melhorar o ambiente de negócios. Além disso, temos muitas empresas expandindo as suas plantas industriais em solo capixaba por acreditarem no potencial do Estado”, afirmou.
Os dados mais recentes da Bússola do Investimento da Findes (atualizada em dezembro de 2023) apontam que o Espírito Santo já tem R$ 47,8 bilhões em investimentos anunciados até 2028. Ao todo, são mais de 340 projetos previstos. Desse total, a indústria representa R$ 37,6 bilhões, ou seja 80% de todo o valor a ser investido no Estado.
Cenário econômico
No terceiro trimestre de 2023, alguns indicadores econômicos do Brasil e do Espírito Santo continuaram melhorando, é o que apontou a economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório da Indústria da Federação, Marília Silva:
“Entre esses indicadores está o de mercado de trabalho, com a geração de novas vagas de emprego formal e a redução da taxa de desocupação. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o Estado criou 39,5 mil empregos formais. Já a taxa de desocupação chegou a 5,5%, abaixo da nacional (7,7%). Outro destaque do período foi a queda da inflação sobre o preço dos alimentos”, apontou.
Marília lembrou ainda que, apesar do cenário positivo, vale destacar o elevado patamar da taxa Selic que, mesmo com os últimos cortes promovidos pelo Banco Central, desestimula os investimentos e também compromete boa parte da renda das famílias com o pagamento de dívidas.
Desempenho dos setores
De janeiro a setembro deste ano, indústria e serviços (que também engloba comércio) foram os setores que mais cresceram no Espírito Santo: ambos 5,8% em comparação com o memo período de 2022. Já a agropecuária recuou 7,6%.
A gerente de Inteligência de Dados e Pesquisas do Observatório da Indústria da Findes, Suiani Febroni, explicou que o crescimento da atividade industrial do Estado foi motivado pela indústria extrativa (20%), seguida pelo aumento de 3,3% da atividade de energia e saneamento.
“Especificamente sobre a indústria extrativa, a atividade de pelotização do minério de ferro cresceu 19,2%. Já a produção de petróleo e gás natural teve alta de 20,1%. Em contrapartida ao bom desempenho do setor extrativo, a indústria de transformação (-7,1%) e a construção (-7,5%) recuaram nos três primeiros trimestres do ano”, comentou a economista.
Por sua vez, o desempenho positivo do setor de serviços foi impulsionado por todas as atividades que o compõe. São elas: comércio (6,4%), transportes (4,6%) e demais atividades de serviços (5,7%).
Já com relação à agropecuária, o resultado negativo (-7,6%), ocorreu devido à queda de 11,7% na agricultura. “Ela é explicada, principalmente, pela bienalidade negativa do café esperada para 2023. Por sua vez, a atividade da pecuária cresceu 3,9% no período”, disse Suiani.
Cenário Nacional
A nível nacional, o PIB do Brasil cresceu 3,2% no acumulado de janeiro a setembro. O resultado foi menor do que o apresentado pelo Espírito Santo (4,7%). A alta na economia do país foi impulsionada pelas três atividades econômicas que a compõem, com destaque para a expansão de 18,1% da agropecuária. Nessa base de comparação, o setor de serviços ampliou 3,2% e a indústria avançou 1,2%.
O resultado positivo do PIB da indústria brasileira decorreu das variações positivas na indústria extrativa (7,9%) e na atividade de energia e saneamento (5,8%), enquanto a indústria de transformação e a construção recuaram 1,6% e 0,9%, respectivamente.
ES cresceu 8,7% no terceiro trimestre
A economia do Espírito Santo cresceu 8,7% no terceiro trimestre de 2023, em relação ao terceiro trimestre de 2022. O resultado foi influenciado principalmente pela indústria, que teve alta de 17,4%, e pelo setor de serviços, que avançou 5,7% no período. A única atividade a recuar no Estado foi a agropecuária (-5,9%).
“O desempenho positivo da indústria é justificado pelo aumento de 40,5% na indústria extrativa e, em menor magnitude, também influenciado pela variação de +0,6% da atividade de energia e saneamento. Já a construção e a indústria de transformação apresentaram quedas de 2,2% e 0,9%, respectivamente”, explicou a economista-chefe da Findes, Marília Silva.
Os resultados do Estado foram melhores que os nacionais. O Brasil teve crescimento de 2% do PIB nesta mesma base de comparação, motivado pelos desempenhos positivos em todos os setores: agropecuária (8,8%), serviços (1,8%) e indústria (1,0%).
Por Siumara Gonçalves, com informações do Observatório da Indústria da Findes
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