SAÚDE
Câncer de pulmão já matou 270 pessoas este ano no Espírito Santo
Segundo tumor mais comum entre homens e mulheres no Brasil, o câncer de pulmão já tirou a vida de 270 pessoas no Espírito Santo de janeiro a julho deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Em 2020, foram 500 mortes.
No Estado, segundo a Sesa, ocorreram 329 internações em decorrência de tumor pulmonar em 2021. No ano passado, foram 515.
Médico radioterapeuta do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), Persio Freitas afirma que a principal forma de prevenir o câncer de pulmão é parar de fumar, uma vez que cerca de 80% dos casos estão relacionados ao cigarro.
Isso sem falar no risco do contágio pela Covid-19, que agrava as condições de saúde de quem é fumante.
“Parar de fumar é uma medida de proteção não apenas à saúde do fumante, mas de todas as pessoas. Ainda estamos numa pandemia e o tabagismo é um fator de risco para o aumento de contaminação e para o possível agravamento de sintomas da doença em quem fuma”, explica o especialista.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima mais de 30 mil novos casos de tumor pulmonar para este ano. A doença mata 29 mil pessoas por ano no Brasil, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer.
O consumo de derivados do tabaco figura como principal causa na maioria dos diagnósticos, sendo que o risco nos homens fumantes de desenvolver câncer é 23 vezes maior, enquanto que nas mulheres é de 13 vezes.
Outros fatores que contribuem para o surgimento da doença são: exposição ao radônio, amianto, arsênio, berílio e urânio; histórico de câncer em outras partes do corpo, idade, histórico familiar, radiação próxima ao tórax e presença de outras doenças prévias do pulmão, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Exposição passiva
A exposição passiva ao tabaco também representa um fator de risco para o desenvolvimento deste tipo de tumor.
“Em pelo menos 25% dos casos, o fumante passivo pode desenvolver câncer de pulmão e outras doenças como bronquite crônica e enfisema pulmonar”, destaca Persio Freitas.
O Dia Mundial do Pulmão é lembrado no dia 25 de setembro, e Persio Freitas alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer, que pode ser feito por meio de investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Segundo o Inca, apenas 16% dos casos no Brasil são descobertos na fase inicial.
“Esse é o nosso maior desafio. O grande problema do câncer de pulmão é que ele é silencioso e, muitas vezes, quando a pessoa descobre, a doença já está numa fase mais avançada, reduzindo as opções de tratamento e dificultando o aumento da sobrevida”, destaca.
De acordo com o Inca, nos diagnósticos feitos em estágio inicial, a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%. Nos demais, esse percentual cai para 18% (15% para homens e 21% para mulheres).
Os principais sintomas do câncer de pulmão são tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, rouquidão, piora da falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite, e cansaço ou fraqueza.
Tratamento
Segundo o médico, o tratamento do câncer de pulmão é realizado de forma multidisciplinar.
“O tratamento do câncer de pulmão depende do estágio da doença e histórico do paciente. A radioterapia é uma modalidade terapêutica muito eficaz e pode ser associada à cirurgia e à quimioterapia. Ela também pode ser feita de forma paliativa”, explica o médico.
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