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Perseguição: pastor é preso em Cuba
Governo acusa o líder cristão de desrespeito, agressão e desordem pública e o condena a sete anos de detenção
Perseguição política ou religiosa? A justiça condenou o pastor Lorenzo Rosales Fajardo há sete anos de prisão por participar de protestos em julho de 2021. A acusação ao líder cristão, que vive em Palma Soriano, é de “desrespeito”, “agressão”, “incitação ao crime” e “desordem pública”.
O governo cubano comunicou a condenação do pastor em uma carta à Missão Permanente de Cuba na ONU, no dia 01 de março deste ano. Assim, respondendo ao pedido de informações feito por cinco funcionários de direitos humanos da organização.
Ditadura nas ruas
No informativo, as autoridades justificam a prisão do líder cristão por ele ter participado de um “ataque violento” a policiais. Segundo o documento, ele teria forçado a entrada na sede do Partido Comunista em Palma Soriano, e ferido sete funcionários e um civil. Mas, a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW) afirma que as acusações são infundadas.
“Imagens ao vivo e fotos mostram policiais armados e membros da força paramilitar Boina Negra atacando manifestantes desarmados e pacíficos no meio da rua, com o reverendo Rosales Fajardo sendo estrangulado”, garantem membros da CSW.
Os protestos pacíficos aconteceram em todas as regiões de Cuba, onde milhares de pessoas pediam por democracia e reformas econômicas. A resposta do governo foi imediata e violenta, com policiais e agentes de segurança agredindo e prendendo manifestantes, muitos deles são pastores.
Informações à família
A esposa de Fajardo, Maridilegnis Carballo, soube do veredicto e da carta somente depois que ela foi enviada à representação do país em Genebra. “Não sei se posso suportar tanta injustiça e tantas mentiras. Como é doloroso ver a condição vergonhosa do governo desta nação”, afirma em entrevista a CSW.
A sentença inicial de prisão mencionada na carta à Missão de Genebra era de oito anos, mas o governo cubano contatou a família de Fajardo para confirmar redução da pena para sete anos.
Perseguição em Cuba
O Partido Comunista busca controlar a igreja de acordo com a ideologia comunista, desde desde 1959, quando assumiu o poder. O governo reage duramente contra vozes opositoras e manifestantes, então, quando líderes de igrejas ou ativistas cristãos criticam o regime, enfrentam prisão, fechamento de igrejas ou negócios e assédio do governo e de seus simpatizantes.
As autoridades querem controlar e limitar a influência religiosa. Por isso, limitam o registro para novas igrejas, forçando muitas delas a operarem ilegalmente.
Isso leva à imposição de penalidades, como a recusa completa para emissão das licenças, multas pesadas, confisco de propriedades ou até mesmo demolição ou fechamento de igrejas, incluindo igrejas domésticas. O governo controla todas as mídias e restringe o acesso ao mundo exterior, então é muito difícil para os cristãos se comunicarem no país.
Piorando
A perseguição em Cuba continua piorando. Em 2021, Cuba estava fora do Top50 da Lista Mundial da Perseguição, ficando em 51º, e no ano anterior em 61º. Hoje, o país ocupa a 37ª posição, subindo 14 posições no hanking dos países onde os cristãos são mais perseguidos. As medidas altamente restritivas contra igrejas consideradas oponentes ao regime — principalmente as igrejas protestantes não registradas – é que provocam o contínuo aumento.
Com inf do Portas Abertas
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