SÃO MATEUS
Daniel do Açaí: vereadores aceitam pedido de cassação
Por 9 votos favoráveis e apenas 2 contrários, o pedido foi aceito em sessão tumultuada em São Mateus
Daniel do Açaí poderá ser obrigado a não retornar à Prefeitura de São Mateus, pelo menos neste mandato. Isso porque a Câmara Municipal aceitou, nesta terça-feira (26), o pedido de impeachment para cassar o mandato do chefe do Executivo.
A maioria dos vereadores votou pela aceitação da denúncia. O placar ficou em 9 favoráveis ao pedido e 2 contrários. Apenas os vereadores Kácio Mendes (PSDB) e Cristiano Balanga (Pros) defenderam a permanência de Daniel na Prefeitura.
Durante a sessão que aceitou o pedido de denúncia, também foi criada a comissão processante, formada por três parlamentares. Então, o vereador Carlinhos Simião será o presidente. Já o relator será o vereador Carlinhos Balanga e Gilson Gomes fará parte como membro.
A sessão ficou tumultuada após troca de farpas entre pessoas que acompanhavam a sessão na casa legislativa e o vereador Carlinhos Simão (Podemos). De acordo com Carlinhos, as falas e vaias direcionadas ao parlamentar eram de “conhecidos”. Segundo ele: “é tudo na teta da prefeitura”, se referindo aos manifestantes apoiadores do prefeito Daniel Santana.
essoas ligadas à política garantem que o prefeito afastado, Daniel do Açaí, irá renunciar ao cargo, para fugir de uma possível cassação dos direitos políticos. No entanto, aliados próximos de Daniel analisam e dizem que a leitura feita pelo prefeito não é essa de “renunciar”.
DANIEL DO AÇAÍ
Daniel Santana (sem partido) é investigado pela Polícia Federal na operação Minucius, suspeito de fraude em licitações. E está afastado do cargo desde o dia 07 de outubro, conforme decisão do TRF 2/RJ. Assim, ele e os investigados devem ficar afastados das funções públicas que estejam exercendo.
Ele tem 57 anos e é conhecido como Daniel da Açaí. O apelido vem da Água Mineral Açaí, empresa de propriedade do prefeito.
Na última eleição, concorreu e ganhou pelo PSDB, mas não está filiado a nenhuma sigla. Ele foi eleito prefeito de São Mateus pela primeira vez em 2016. Portanto, se mantém à frente do Exevutivo municipal mateense desde 1º de janeiro de 2017.
Já na primeira gestão, Daniel teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) por abuso do poder econômico. Isso porque distribuiu água mineral no município durante o período eleitoral.
Em dezembro de 2019, a decisão de cassação do mandato e a inelegibilidade de Daniel foi revertida. Assim, ele foi absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).